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ÁUDIO | ABERTURA DE MERCADO DA SOJA

A soja recuou na Bolsa de Chicago, limitando os ganhos da semana e fechando com uma queda média de 1% nos contratos. A política americana continua a influenciar o mercado, especialmente após uma agência americana mostrar a nova oponente de Trump, Kamala Harris, 2 pontos acima do ex-presidente nas pesquisas. Essa situação gera confusão no mercado internacional, trazendo volatilidade, especialmente no mercado agrícola dos Estados Unidos, que sempre é impactado pelas guerras comerciais entre EUA e China.


Os pontos mais importantes que influenciaram o fechamento negativo da soja em Chicago foram principalmente o óleo de soja e a influência da China no mercado. O óleo de soja fechou com uma queda de 1,5%, com o mercado apontando para um grande esmagamento americano e estoques maiores de óleo por lá. No entanto, a demanda pode ser reduzida no uso de combustíveis renováveis após produções recordes no último semestre. Além disso, as recentes quedas do petróleo também pressionaram o óleo de soja para baixo.


A atenção está totalmente voltada para a China. Os estoques de soja nos portos chineses até terça-feira estavam em 7,8 milhões de toneladas, um grande volume acumulado de várias semanas. Este é um momento de grande recebimento de soja importada, com margens de esmagamento negativas. As compras lentas de soja americana pela China até o momento têm total fundamento, analisando as margens de esmagamento chinesas para soja importada.


As margens de esmagamento de soja importada na China são:

- Para a soja importada dos Estados Unidos (PNW), a margem é negativa em 25 reais por tonelada.

- Para a soja importada da Argentina, a margem é negativa em 100 reais por tonelada.

- Para a soja brasileira, a margem é positiva em 51 reais por tonelada.


Mesmo que apertada, a soja brasileira é a única que ainda consegue trazer margens positivas para a China. Isso explica o grande interesse da China pela soja brasileira para o próximo ano. Em poucas semanas, as exportações de soja devem esfriar, primeiro porque não haverá mais soja no mercado e segundo por conta do início da colheita americana, período em que a China historicamente compra dos EUA. O que será importante acompanhar ao longo do tempo é o volume comprado dos EUA, já que a China comprou 81 milhões de toneladas de soja brasileira este ano, com uma projeção de importação de 97 milhões de toneladas para 2024, restando apenas 16 milhões de toneladas para a compra de soja americana.


Falando de preços físicos, é importante reforçar aos produtores e comerciantes que a alta nas cotações de soja é exclusivamente devido ao dólar, que atingiu novamente R$ 5,66, gerando a melhor cotação do ano no dia 1º de julho de 2024. Em resumo, a soja na Bolsa de Chicago continua fraca para os preços. Estamos fortalecidos pelo dólar alto, devido às instabilidades das contas do governo brasileiro e por prêmios fortes, mas se o dólar cair, os preços também despencarão.

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