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ÁUDIO | ABERTURA DE MERCADO DA SOJA | MERCADO FÍSICO



A quarta-feira foi marcada por mais um dia de volatilidade. A proximidade da posse de Trump vem movimentando o mercado, o que fez a soja cair mais um dia na Bolsa de Chicago, porém de forma leve, enquanto o óleo de soja subia e o farelo de soja caía, deixando clara a volatilidade ou, em outras palavras, a confusão do mercado até saber o que Trump fará com a China quando assumir a presidência.


Os pontos para a soja seguem extremamente negativos. A safra recorde no Brasil está cada vez mais perto de ser confirmada, e, se no relatório do USDA de sexta-feira o órgão americano aumentar a estimativa da safra brasileira de 169 milhões para algum volume acima, Chicago cairá ainda mais, e isso é possível.


Outro ponto possível é que esse relatório será o último referente à safra americana já colhida, podendo também elevar os níveis de produtividade e de estoques, principalmente pelas lentas vendas de soja americana nas últimas semanas.


A Argentina sofre de forma leve até o momento com falta de chuvas, mas promete uma produção de soja na casa de 50 milhões de toneladas.


A demanda chinesa segue extremamente devagar. Além de a China ter comprado muito em 2024, ela também se antecipou e comprou soja já pensando na possível guerra comercial que pode ocorrer com os Estados Unidos.


O grande ponto dessa história é que, na última guerra comercial entre China e Estados Unidos, a soja brasileira foi extremamente beneficiada, com altos prêmios e preços ótimos. Ou seja, na época, tínhamos a soja em Chicago extremamente em baixa por conta da guerra comercial, mas os prêmios brasileiros compensavam essa queda de Chicago.


O problema é que, em 2025, até o momento, pode ser provável que os prêmios não compensem a queda de Chicago em uma guerra comercial no curto prazo. Isso significa que o produtor pode sofrer com a queda da soja em Chicago e os prêmios baixos no Brasil, o que gera uma péssima combinação para os preços da saca.


Mas qual o sentido disso? A China, sem poder comprar soja dos Estados Unidos, perderia um fornecedor, e mesmo assim a soja continuaria barata no Brasil. A situação é que, como mencionei, a China está bem abastecida, com uma demanda menor, e, ao contrário da última guerra comercial, desta vez ela se preparou, fez compras antecipadas no Brasil e formou estoques por lá. Além disso, a China historicamente já compra soja brasileira no primeiro semestre de todos os anos, então ela não ficará sem soja no início de 2025.


Quando virarmos para o segundo semestre, momento em que a China normalmente compra soja americana, e, caso esteja acontecendo essa guerra comercial, se os chineses não puderem comprar soja dos Estados Unidos, eles voltarão ao Brasil para tentar comprar soja. Dessa forma, poderemos ver prêmios bem altos que compensem a queda em Chicago.


Em resumo, a curto prazo estamos com prêmios baixos e Chicago extremamente baixista. Porém, mesmo nesse cenário desafiador, posso afirmar que existem melhores momentos para vender.


A recomendação que dou é acompanhar de perto para observar se os prêmios sobem mais rapidamente para os brasileiros, combinado com um bom momento de dólar alto, para realizar as vendas. Não podemos vender a soja apenas quando o dólar está alto, ou somente quando Chicago está alto, ou apenas quando os prêmios estão altos.


O conjunto precisa formar um preço bom, mesmo que um dos fatores, como Chicago, esteja muito desvalorizado.


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  • Sobre o mercado físico de soja, as vendas estão mais lentas que em anos anteriores:


    • No Rio Grande do Sul, apenas 17% da safra foi vendida.

    • Em Santa Catarina, 29% da soja já está comercializada.

    • No Paraná, 30% da soja também já está comprometida.

    • Nos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, cerca de 32% da safra foi comercializada.

    • Já Goiás registra 43% da produção de soja vendida.

    • Em Mato Grosso, devido à colheita mais avançada, 49% da safra já foi comercializada.


  • Esse cenário cria uma pressão sobre os prêmios. Estamos praticamente no início da colheita em algumas regiões, com apenas cerca de 35% da soja brasileira comercializada. Esse volume é muito pequeno, o que pode levar os compradores a aumentar suas ofertas nas próximas semanas, principalmente as esmagadoras.


  • Seguindo a paridade de preço de exportação, considerando o dólar atual, os prêmios e os preços de Chicago nos patamares de hoje, os valores projetados para a saca de soja em fevereiro seriam:


    • R$126,00 em Guarapuava, Paraná.

    • R$120,00 em Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

    • R$108,00 em Sorriso, Mato Grosso.

    • R$121,00 em Rio Verde, Goiás.

    • R$123,00 em São Luiz Gonzaga, Rio Grande do Sul.

    • R$122,00 em Unaí, Minas Gerais.


  • É IMPORTANTE LEMBRAR QUE ESSE VALORES DE PARIDADE DE EXPORTAÇÃO FUTUROS PARA FEVEREIRO ALTERAM TODO DIA, DE ACORDO COM O DÓLAR, PRÊMIO E CHICAGO, POR ISSO É NECESSARIO A CONSULTORIA, PARA DECIDIR O MELHOR MOMENTO, DE VENDER COM BASE NESSES FATORES.

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