Soja
Hoje, a soja e seus derivados abrem a semana em alta na Bolsa de Chicago após fortes quedas na sexta-feira.
Até a sexta-feira, o clima que vinha causando leves preocupações no mercado, principalmente na Argentina, tinha se normalizado, o que levou a uma queda de 2% da soja, 2% do óleo e 4% do farelo de soja.
Porém, durante o final de semana, os mapas climáticos mudaram e agora sinalizam poucas chuvas e clima um pouco mais seco em parte da Argentina, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e uma parte do Paraná.
Na Argentina, esse clima mais seco pode prejudicar a lavoura, porém, no Brasil, especialmente no Paraná, onde temos um plantio mais adiantado, esse clima seco pode adiantar e até favorecer a colheita.
É importante deixar claro que não é nada tão grave, mas hoje os preços sobem por conta disso. Um ponto climático negativo são as chuvas acumuladas para Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais, com um volume significativo de até 250 mm em 15 dias, especialmente no sul do Mato Grosso.
O problema é que, no Mato Grosso, estado que normalmente tem a colheita mais adiantada, essas chuvas podem atrapalhar o ritmo da colheita. Assim, Chicago sobe levemente também pelo possível atraso na entrada da soja mato-grossense no mercado.
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O principal fator dos preços da soja, no entanto, não é o plantio brasileiro nem o clima. A produção recorde do Brasil, acima de 170 milhões de toneladas, já é quase certa, mostrando uma oferta muito acima da demanda.
A questão central continua sendo a relação entre Estados Unidos e China.
Com tensões comerciais crescentes, há expectativa de que a situação se agrave com a posse de Donald Trump em 20 de janeiro.
Isso pode beneficiar a soja brasileira, já que uma guerra comercial entre os dois países poderia fazer os prêmios da soja do Brasil subirem, mesmo com Chicago em queda.
A China, historicamente, compra do Brasil no início do ano, e suas compras dos EUA são quase nulas nesse período. Se houver uma guerra comercial, é provável que os prêmios brasileiros subam de forma mais consistente no segundo semestre de 2025, quando a China tradicionalmente compra mais soja dos EUA.
Como muitas vendas para a China já foram fechadas desde o ano passado, os chineses estão relativamente confortáveis com seus estoques no curto prazo, o que pode atrapalhar o movimento de antecipação de alta para os prêmios nesse momento.
Milho