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ÁUDIO | Tarifas de Trump Agravam Crise e Movimentam Mercado Físico

A soja segue sem rumo em Chicago. A segunda-feira começou em queda, reflexo direto das tarifas anunciadas por Trump.


Pela manhã de ontem circularam rumores de que ele poderia suspender as tarifas contra todos os países, o que até animou o mercado por alguns minutos. Mas logo depois, o próprio Trump desmentiu a informação e ainda afirmou que pode dobrar as tarifas contra a China, caso o país não recue nas taxações contra os EUA.


Atualmente, os Estados Unidos já aplicam 54% de tarifas sobre produtos chineses, e a ameaça de Trump é levar esse número para 104%, acirrando ainda mais a guerra comercial. Como resposta, a China anunciou retaliações de 34% sobre produtos americanos, incluindo a soja, o que derrubou o mercado.


Na prática, a soja americana, que já tinha um imposto de 10%, agora passa a ser tarifada em 44% na China, o que praticamente inviabiliza qualquer compra — até mesmo da Sinograin, estatal chinesa, equivalente a Conab, que faz compra para leilões do governo, ela vinha sendo a única a manter negócios com os EUA.


Essa escalada tarifária cria um cenário de incerteza total. Por um lado, pode impulsionar os prêmios de exportação da soja brasileira. Por outro, a volatilidade aumenta, e o risco de vender na hora errada também.


Tudo depende do que vier nas próximas falas e ações entre Trump e Xi Jinping. Se houver algum acordo, o mercado devolve todos os ganhos, e a soja cai.

Se a guerra continuar, a soja brasileira pode valorizar ainda mais no médio e longo prazo.


Importante destacar: que a União Europeia também deve taxar a soja dos EUA em 20%, o que aumenta ainda mais a procura pelo Brasil.

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Já no milho, o impacto é menor, pois a China não é um grande importador do cereal americano. O México segue como principal comprador dos EUA.

Mas há um risco indireto: com dificuldade de vender soja, o produtor americano pode migrar para o milho, aumentando a área e pressionando os preços com um possível excesso de oferta de milho no mercado internacional em 2026, derrubando os preços do milho em todo o mundo.


No mercado físico, o ritmo de vendas segue acelerado. Só ontem, os produtores venderam 800 mil toneladas de soja para os compradores.

O mercado voltou a girar depois de uma semana mais travada, impulsionado pelo dólar a R$5,90 e pelos prêmios de exportação mais firmes, que tornaram os preços mais atrativos.

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O Mato Grosso continua liderando as vendas, com cerca de 68% da soja já comercializada. Ontem houve negócios a R$107,50 em Sorriso e R$115,00 em Rondonópolis, alta de quase 1% em relação à sexta - feira.


No Mato Grosso do Sul, as vendas já alcançam 55% da safra, com negócios reportados a R$117,00 em Campo Grande e Eldorado.


Os produtores de Goiás também avançaram: 57% da soja já foi vendida, com preços girando na casa dos R$115,00 em Rio Verde.


Já no Tocantins, 54% da safra já foi negociada, com referências a R$113,00 em Porto Nacional.


O Distrito Federal segue no mesmo ritmo de Goiás, com 57% da soja vendida e preços também na faixa dos R$115,00.


O dia foi marcado por forte movimentação, com os compradores voltando diante da instabilidade em Chicago e do risco da soja americana travar ainda mais no curto prazo.


A combinação de dólar alto, prêmios firmes e incerteza externa reacendeu o interesse do produtor em fechar negócios.


O ponto agora é se o ritmo se mantém ao longo da semana ou se o mercado volta a travar no aguardo de novas noticias da relação da china com o estados unidos.


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